Não consigo conversar com meu filho, o que eu faço?



Criar um filho é provavelmente o trabalho mais gratificante que realizamos em nossa existência, mas também é um dos mais difíceis.
Vivemos em um mundo cada vez mais complexo que nos desafia todos os dias com uma gama de questões que podem ser difíceis para a criança compreender e para o adulto explicar.


Manter linha de comunicação aberta entre pais e filhos é extremamente importante para um bom relacionamento. Queremos que nossos filhos compartilhem seus pensamentos e sentimentos, a fim de compreender e ajudar em momentos difíceis.

As crianças não nascem sabendo como expressar seus pensamentos e sentimentos de forma apropriada, também não são automaticamente preparadas para ouvir o que os pais lhe dizem e como seguir suas orientações, e sim, devem ser ensinadas a falar e ouvir os outros.

Não importa a idade que seu filho tenha, o quanto antes iniciar uma boa comunicação, facilitará no decorrer do desenvolvimento da criança.

Para fazer com que essa comunicação flua, segue algumas sugestões:

Criar um ambiente aberto: Um lugar em que o adulto expõe suas idéias e valores de forma clara, assim como ouvir e respeitar a criança em suas opiniões.
Aceitar a criança como ela é: Quando uma criança se sente aceita pelos pais, esta se sente confiante e segura para compartilhar seus sentimentos e problemas.
Ouvir a criança: Manter uma escuta ativa e interessada faz com que a criança sinta-se importante e estimulada a falar mais.
Lembrete: Não finja que você está ouvindo quando você não está. Se você está ocupado, pergunte para seu filho se o problema pode esperar pois neste momento você não conseguirá dar atenção sufuciente para ele.


Contato visual: Tentar falar com uma pessoa que diz estar escutando é desencorajador para qualquer adulto, assim como para as crianças. O contato olho no olho é eficiente e indica para a criança que aquele momento sua atenção está voltada para ela.

Paciência e a Honestidade: Em um diálogo, é de extrema importância, a paciência e a honestidade mesmo que alguns assuntos sejam difíceis. Examinar o assunto e a faixa etária da criança é coerente.
Lembrete: Muitas vezes os pais precisam melhorar suas habilidades de comunicação então um exercício valioso é explicar de várias formas, usar palavras diferentes e falar quantas fezes for necessário, em momentos diferentes. Às vezes tentar outras formas de comunicação com base na nossa experiência e na compreensão de como é nossa criança pode dar certo!


Deixe a criança falar: Ao conversar com uma criança, diversas vezes interrompemo-as e damos opiniões ou mostramos logo nossas intransigências a respeito de determinado assunto, culpamos ou damos conselhos provocando o silêncio da criança e consequentemente uma omissão sobre determinado assunto fazendo com que a criança perca o interesse em compartilhar seus assuntos e sentimentos.
Palavrinhas essenciais: Quando conversamos com a criança, há algumas palavras que facilitam e estimulam a criança como:“Hummmm!”, “Oh!”, “Sei”.
Assim a criança sente-se confiante para continuar a falar, consegue elaborar melhor seu pensamento e há possibilidade de encontrar suas próprias soluções.

Validar o sentimento: Aceitar o sentimento da criança nomeando-o corretamente conforta-a deixando-a tranqüila com tudo o que está sentindo.
Diga a criança o que fazer e não o que NÃO FAZER: Quando pedimos algo para a criança, logo colocamos esta palavra “NÃO” como negássemos a possibilidade de tal comportamento ocorrer.
Para melhor explicar:
Não fale - Não bata a porta!
Fale - Feche a porta devagar, por favor

“Parabéns”, “Obrigado”, “Por Favor”: As crianças também precisam de gentilezas comuns que nós utilizamos com as outras pessoas. Elas também aprendem imitando a fala e o comportamento dos adultos.
Não usar palavras rudes, que rotulam a criança: Palavras grosseiras são péssimas para uma boa comunicação, além de fazer a criança sentir-se incomodada, triste e provocando um pobre auto conceito. Há várias formas de cometer este erro:
Ridicular: “Você está agindo como um bebê”
Vergonha: “Olha o que você está fazendo, seus amigos estão todos olhando”
Insultos: “Você é um vacilão
Se a criança fez algo que não agradou, diga-lhe que não gostou de tal comportamento, nomeando-o corretamente.


Incentivar: As palavras amáveis dão resultados positivos e reforçam a auto confiança, ajuda a pensar melhor nos comportamentos e suas conseqüências e dá ânimo para se esforçar mais e para conseguir mais.
Exemplo:
“Obrigado por me ajudar.”
“Você fez um bom trabalho ao arrumar a cama.”
“Estou feliz com você.”
“Eu te amo.”
“Gostei de ver que você chegou da escola, colocou a mochila no lugar e a lancheira na cozinha.”

A boa comunicação ajuda as crianças a desenvolver a confiança, sentimentos bons, auto estima e torna a vida mais agradável com eles ajuda-os a crescer e tornarem adultos que têm bons sentimentos sobre si mesmos e com os outros.
Lembrete: Mudar uma atitude ou a forma de comunicação que estamos acostumados não é fácil, é como reaprender algo já aprendido mas é importante realizarmos este esforço pois isso será construtivo e reforçados para a relação de vocês.Pense Nisso!


Por:Simone Barbosa Pasquini

VÍDEOS INTERESSANTES




http://www.tdah.org.br/br/noticias/videos/item/289-video-informativo-sobre-tdah.html




BERA


BERA
 
            A audição é o sentido que proporciona ao ser humano o desenvolvimento da linguagem no processo da comunicação oral. Qualquer alteração neste sentido pode ser detectada através de exames como, por exemplo, o BERA.
BERA (Braistem Evoked Response Audiometry) é também conhecido como Audiometria de Tronco Cerebral ou PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), que tem objetivo de avaliar a integridade da via auditiva no tronco encefálico e pesquisar o limiar eletrofisiológico, sendo realizado através de um estímulo sonoro. Logo, o BERA trata-se de um registro da atividade elétrica da via auditiva até o sistema nervoso central.
Sempre que o nervo auditivo e as estruturas do tronco encefálico forem ativados pelo estímulo sonoro, é gerada uma quantidade mínima de eletricidade que é captada pelos eletrodos, registrada no equipamento e interpretada pelo examinador.
            O BERA é um exame rápido, seguro, não invasivo, indolor e objetivo da avaliação do sistema auditivo periférico e central. Podendo ser realizado em pacientes de qualquer idade, desde recém nascidos até idosos.
As respostas deste exame são extremamente delicadas e, por isso, exige que o paciente acomode-se de forma confortável, permaneça deitado, bem relaxado e sem realizar movimentos bruscos, para que não haja interferência no traçado do exame. Em crianças menores em que o sono natural é mais difícil, é recomendada a sedação, a qual é administrada oralmente através do hidrato de cloral.
Indicações para realizar o BERA:
·    Casos suspeitos de surdez infantil;
·    Triagem auditiva neonatal, com a finalidade de avaliar a maturação do sistema auditivo central;
·    Monitoramento audiológico;
·    Zumbido;
·    Algumas labirintopatias;
·    Identificar limiares psicoacústicos;
·    Avaliar a audição de crianças e adultos “difíceis” de serem avaliados por métodos subjetivos (inclusive prováveis simuladores na audiometria);
·    Mensuração objetiva da audição em adultos para fins diagnósticos e legais;
·    Topodiagnóstico;
·    Diagnóstico diferencial de lesões cocleares e retrococleares.
O diagnóstico audiológico precoce possibilita a intervenção médica e/ou fonoaudiológica, permitindo um prognóstico mais favorável em relação ao desenvolvimento global da criança.
Pensando nestes aspectos, atualmente, o Instituto de Neuropediatria e Reabilitação Infantil (INRI) realiza o exame BERA.

Meu filho não fala. E agora?

  
Atenção a esse sinal! Ele pode ser um sintoma de algo mais sério, como autismo ou surdez

Por Jéssie Panegassi / Ilustrações: Melissa Lagôa


Ilustração: Melissa Lagôa
Na tarde de Natal de 2010, a fonoaudióloga Noemi Gomes recebeu um ótimo presente. A partir daquele dia teria junto de si um filho. A festa estava completa. Juan, com 3 anos na época, foi logo adotado por toda a família. Contudo, a mamãe e o papai já haviam notado a dificuldade do menino em se comunicar. Ele não falava palavras completas, muito menos frases, embora tivesse idade suficiente para tanto. Noemi sabia que isso poderia significar algum problema.
Mesmo no abrigo onde Juan vivia, que só aceita crianças de até 4 anos, já haviam sido realizados exames para verificar a existência de alguma possível doença. Ele ainda usava fraldas, não conseguia comer sozinho e a comunicação era extremamente difícil, uma vez que não falava. Mesmo com três anos e dois meses, a mãe afirma que o seu desenvolvimento era similar ao de uma criança com um ano e meio de idade.
Quando começaram a se conhecer, ela descartou a possibilidade de autismo. O menino fazia contato com os olhos, mostrava que entendia o que lhe falavam e aceitava ser tocado, o que descaracteriza essa doença. Noemi não traçou nenhum "plano de ação" com o seu filho. Ela acreditava que apenas com o estímulo correto ele se desenvolveria normalmente. A partir desta convicção, ela passou a lhe dar bastante carinho e estimulá-lo em momentos simples, como no banho, na hora de comer ou durante as brincadeiras. Com isso, ele passou a se desenvolver rapidamente.

A aprendizagem da fala ocorre em tempos diferentes para cada criança. Porém, deixar de realizar essa atividade no prazo médio não é sinal de alguma doença

Ilustração: Melissa Lagôa
Quando procurar ajuda
"Começar a falar faz parte de um desenvolvimento global chamado de neuropsicomotor", ensina Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP). "É esperado que as crianças comecem a falar palavras isoladas entre um ano e um ano e meio de idade. Já as frases completas devem ser pronunciadas entre dois anos e meio e três anos", afirma Ana Luiza Navas, professora do curso de fonoaudiologia da Santa Casa de São Paulo.
Apesar disso, esse processo ocorre em um tempo diferente para cada criança, e não realizar essas atividades no prazo médio não é necessariamente sinal de uma doença. No entanto, "se a criança não começar a falar até os 2 anos, ela deve ser encaminhada para pesquisas e exames fonoaudiológicos", alerta Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra e autor do livro Seu bebê em perguntas e respostas (MG Editores). A fonoaudióloga e o pediatra concordam que, apesar de não ser uma regra, é comum que as meninas se desenvolvam antes dos meninos - inclusive na hora de dizer as primeiras palavras.



Os principais fatores que interferem no processo da fala são surdez, doenças de faringe e laringe, autismo e problemas psicológicos

Os possíveis diagnósticos
Os especialistas concordam que o primeiro ponto a ser analisado é se a criança consegue escutar e entender o que está sendo dito. "Muitas vezes ela até consegue falar algumas palavras, mas não com todos os sons que um adulto emite. Isso faz parte do desenvolvimento normal.
O que realmente preocupa pais e médicos são os problemas de natureza orgânica, como a deficiência auditiva, e quando ela demonstra que não entende e não consegue se comunicar de outra forma - pois pode ser um dos primeiros sinais de autismo", explica a fonoaudióloga Ana Luiza. "Os principais fatores que são capazes de interferir no processo de desenvolvimento e reprodução da fala são surdez, doenças de faringe e laringe, autismo e uma série de outros problemas psicológicos e afetivos, como a insegurança e também a superproteção", completa o pediatra Barros.
Para evitar maiores problemas, o diagnóstico correto é de suma importância. Os exames clínicos de observação de um médico experiente, assim como a realização de exames, fazem parte desse processo. "Ainda existem as doenças que podem simular o autismo, como alguma má formação cerebral, entre outros. Por isso é importante sempre pedir os exames", confirma o neuropediatra Breinis.
Se os problemas não são diagnosticados e tratados, esses sintomas podem se estender para o período escolar, causando transtornos ainda maiores, como a repetência e a falta de vontade de estudar. "Quando existe essa falha na produção e na compreensão da fala, a comunicação estará comprometida", diz Ana Luiza. "Se esses sintomas chegam até a idade escolar, as crianças podem levar os problemas que têm na fala para a escrita. Por isso, recomenda-se procurar orientação no período pré-escolar", conclui.

Quando uma criança começa a falar, vai aos poucos aprendendo a dar significado para uma linguagem que já está interna. Ou seja, ela entende o vocabulário e depois vai tentar falar aquilo que conhece
  
Ilustração: Melissa Lagôa
O que fazer para ajudar?
Alguns problemas, infelizmente, não são possíveis evitar. Mas para auxiliar tanto no desenvolvimento da criança quanto no relacionamento com os pais, os especialistas recomendam: "Já durante a gestação a mãe deve conversar com o bebê para estimular que ele guarde uma memória da fala", instrui Barros. Isso porque "o pensamento é formado primeiro. Quando uma criança começa a falar, vai aos poucos aprendendo a dar significado para uma linguagem que já está interna. Ou seja, ela entende o vocabulário e depois vai tentar falar aquilo que ela já conhece", explica a fonoaudióloga Noemi.
Estimular a criança a conversar e não corrigi-la quando falar errado é uma ajuda para que não se iniba no começo da comunicação. Para realizar esse tipo de atividade, a desculpa da falta de tempo não é válida. Pequenas conversas na hora de dar banho - "olha a espuma, filho! Quanta espuma!", por exemplo - na hora das refeições ou de colocá-lo na cama já fazem toda a diferença. Para corrigir uma criança, "os pais nunca devem dizer que ela está errada ou repetir a palavra de forma incorreta. Quando ela disser 'au-au', os pais devem falar: 'isso mesmo, filha, um cachorro!", ensina Barros. "É péssimo para o aprendizado quando você tira o foco do que a criança está querendo explicar para como ela está explicando", confirma Noemi.
Naquela mesma noite de Natal, Juan comeu muito chocolate, brincou com os primos e se despediu dos familiares já com algumas palavrinhas a mais. Os pais não tinham dúvida de que ele se desenvolveria muito ainda. Hoje, acabou de completar 5 anos e já fala a maioria das palavras de forma correta. Aquelas que ainda não saem perfeitamente, com um pouco mais de atenção é possível compreender. Já a mamãe Noemi pôde comprovar, mais uma vez, a diferença que o estímulo e o carinho dos pais faz no desenvolvimento de um pequeno.

FONTE: Revista Viva Saúde