Segundo pesquisa, jovens
que costumam evitar situações das quais têm medo, diferentemente daqueles que
as enfrentam, aumentam seus níveis de ansiedade.
Um novo estudo da Clínica
Mayo, nos Estados Unidos, descobriu que crianças que, em vez de enfrentar,
evitam situações das quais sentem medo são aquelas que apresentam um maior
risco de ter ansiedade. Segundo os autores dessa pesquisa, esse achado é
importante pois poderá ajudar os profissionais a identificarem melhor quem são
as crianças mais propensas a ter esse transtorno e, assim, direcioná-las a
abordagens que previnam a ansiedade. O trabalho foi publicado na edição deste
mês do periódico Behavior Therapy
Participaram da pesquisa
mais de 800 jovens de sete a 18 anos. Para realizar o estudo, os pesquisadores
desenvolveram dois questionários, um que deveria ser respondido pelas crianças
e outro, por seus pais. Ambos os relatórios tinham como objetivo avaliar as
medidas de precaução tomadas pelas crianças. Ou seja, a equipe desejava saber
se esses jovens, quando sentiam medo de alguma coisa, enfrentavam a situação
depois ou simplesmente tentavam manter-se afastados dela o máximo possível.
Uma das conclusões da
pesquisa foi a de que mensurar essa precaução das crianças pode ajudar a
determinar o risco de elas terem ansiedade. Isso porque, um ano após a
realização do estudo, a maioria dos jovens manteve seus níveis de ansiedade
estáveis – ou seja, muito baixos. No entanto, entre os participantes que
costumavam evitar situações em que sentiam medo, esses níveis tenderam a
crescer depois de 12 meses.
No artigo, os
pesquisadores explicam que crianças que evitam enfrentar os seus medos sofrem
pois não sabem que eles podem ser administrados. Assim, para alguns jovens,
determinados temores podem se intensificar de tal forma que se tornam parte de
um transtorno de ansiedade. "Quando as crianças começam a evitar situações
de medo, a ansiedade pode se tornar particularmente incapacitante, impedindo a
participação dos jovens em atividades diárias", escreveram os autores em
um comunicado da Clínica Mayo.
De acordo com os
pesquisadores, terapias cognitivas e comportamentais são capazes de ajudar
crianças que evitam situações das quais sentem medo — os pais dos 25 jovens que
participaram do estudo e que foram submetidos a essa abordagem relataram que a
frequência desse problema foi reduzidA pela metade em um período de um ano. Por
isso, concluiu a equipe, essa terapia pode ajudar a prevenir a ansiedade em
crianças que apresentam esse comportamento.
Fonte:
Veja